quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Uma estrela com uma missão

Era uma vez uma estrelinha pequena e solitária no céu. Ela brilhava como qualquer outra, mas vez por outra pensava que tinha vontade de fazer algo mais especial do que simplesmente ficar piscando na imensidão escura do céu. “Será que o Criador pensou em algo especial para mim?”, pensava ela, enquanto fazia o seu caminho noturno costumeiro. “Será que algum dia meu brilho poderá ser útil ao meu Senhor?”
Enquanto piscava em pensamentos cintilantes, a estrela nem percebeu que um anjo do Senhor se aproximava dela. Devagar e delicado, como todos os anjos são, o mensageiro divino chamou-lhe a atenção:
“Olá, estrela Stella, como vai? Deus me enviou aqui para lhe dar uma missão muito especial!”
“Oh, claro, claro!”, respondeu logo Stella (que era o nome da nossa estrela), refazendo-se do susto. “Em que poderei servir ao Senhor aos Senhores?”
“Você deve brilhar acima do deserto da Arábia, e conduzir uns magos do Oriente até uma pequena casa, na cidade de Nazaré”.
“Humm, parece tão fácil”, pensou Stella. “É só isso o que o meu Criador requer de mim?”
“Você não sabe que grande e importante trabalho é”, respondeu o Anjo, que podia entender o pensamento das estrelas. “Você vai fazer o caminho mais importante de todos e vai dar a esses magos a direção para vida que nunca se acaba!”
Stella se posicionou no céu para cumprir a importante missão dada pelo Anjo. De repente, ela sentiu-se tão brilhante e imponente como nunca em sua vida de estrela (e olha que uma estrela pode viver muitos e muitos anos!). Era como se ela fosse mesmo um cometa brilhante no esplendor do céu.
Lá embaixo, Stella viu os magos olhando para cima, apontando em sua direção.
“Sim, sim, me sigam”, disse ela, brilhando mais e mais a fim de não deixar que os olhos dos magos vissem nenhum outro brilho além do seu. “Sigam-me até a cidade de Nazaré! O Criador mandou-me levar vocês direitinho. Eu sei o caminho, venham atrás de mim!”
Como que podendo ouvir e entender as estrelas, os sábios do Oriente perceberam o brilho diferente no céu. Eles sabiam que toda vez que uma estrela brilhava assim, é porque algo muito importante iria acontecer na Terra. Eles entenderam que era o momento de um grande acontecimento. Logo montaram em seus animais e partiram, seguindo Stella pelo deserto da Arábia até chegar a Nazaré.
Ela brilhava e brilhava, cada vez mais alto e mais feliz, porque sabia que o Criador estava contente por seu desempenho estelar. Ela parou sobre a casa indicada pelo anjo, e aguardou pacientemente até que os magos ali entrassem. Pela janela pequena, ela viu uma mãe, um pai e seu bebê. Era uma família... “Humm, por que será que o Criador mandou-me trazer aqueles homens de tão longe, só por causa de uma família pobre da Galiléia? Não entendo...”
Então, os magos se aproximaram, e declararam que Deus havia enviado uma estrela para mostrar onde ficava o lugar em que o Deus Menino, o Redentor de todo o Universo, havia chegado. Era a mais importante notícia de toda a história da humanidade...
Stella ficou tão feliz que parecia que iria até implodir! Ela subiu mais e mais alto no céu, até voltar ao seu lugar de origem, entre as outras estrelas. Mas até hoje, toda vez que é Natal, alguém olha para cima, tentando descobrir onde está Stella no meio de tantas estrelas... E todos os anos, ela se lembra do dia que seu brilho levou os homens estrangeiros até Jesus...
Desde esse dia, muitas coisas já aconteceram. Jesus também cresceu e se tornou o Salvador do Mundo, a luz que ilumina todas as pessoas. Ele mesmo foi chamado de “Estrela da Manhã”. E quando ele voltou para o céu, para o seu lugar acima das estrelas, no trono de Deus, o brilho não foi embora com ele. Jesus disse que cada um de nós seria uma pequena estrela, que nem Stella, para conduzir as pessoas que estão em busca de salvação até aquele que pode salvá-las: Jesus.
Como foi com Stella, Deus manda seus anjos sussurrarem em nosso ouvido, todos os dias, esse chamado e essa mensagem de que ele conta conosco para caminhar pelo céu da vida das pessoas e levá-las ao lugar certo onde Jesus está. E todos os dias, alguém sente o brilho de Deus invadir sua vida e se sente pronto para ser uma estrela-guia na vida de alguém.
Hoje mesmo os anjos de Deus estão passeando por aqui, em busca dessas estrelas que podem brilhar ainda muito mais. E o recado permanece o mesmo: “Olá, Fulano, Fulana (porque Deus conhece todas as suas estrelas pelo nome!). Para quem você vai brilhar hoje, a fim de conduzir esse alguém até onde eu estou?”

Uma igreja digna do seu nome

Certa vez, Alexandre, o Grande, conquistador da Grécia, julgou um jovem que havia abandonado o campo de batalha. Era um soldado novo, coitado, inexperiente... mas a acusação era grave. Então, o conquistador perguntou: Como é o seu nome, garoto? E o jovem respondeu: Alexandre, senhor! Então Alexandre ergueu-se e exclamou com o dedo em riste: “Então, mude seu proceder ou mude de nome!”. Um covarde não poderia ser chamado pelo mesmo nome do conquistador.
O texto bíblico acima diz que, até então, os cristãos eram conhecidos como os “do Caminho”. Talvez em referência à frase de Jesus: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida”. Mas agora, em Antioquia, há uma relação direta entre os seguidores e o mestre. Eles são chamados de cristãos... Eles faziam algumas coisas que os identificavam com Jesus. Que lições podemos aprender com Antioquia?
Primeiro: Era uma igreja que não fazia julgamentos antecipados, mas acolhia as pessoas. Isso acontecia por uma série de eventos contidos nos capítulos 8 a 13 de Atos. Foram perseguidos e dispersos; na fuga, anunciavam a mensagem de Cristo também aos gregos (contra a orientação da igreja de Jerusalém; cf. At 11.19-22). Mas quando Paulo se converte, Barnabé o procura e inicia seu ministério em Antioquia, como parte da comunidade (At 11.25-26). Quantos talentos são desperdiçados por causa de julgamentos e “pré-conceitos”! Uma igreja digna do seu nome é aquela que, como Cristo, abre os braços a todos, impulsionando as pessoas para a vida e para a salvação.
Segundo: É uma igreja rica nos ministérios e que põe as mãos à obra (Atos 13.1-2). Havia ali profetas e mestres de vários jeitos diferentes: Simeão, chamado Níger (que significa negro; portanto, era estrangeiro); Lúcio de Cirene (de outra cidade); Manaém, que trabalhava para Herodes. Pessoas que tinham muitos afazeres; eram ocupadas, mas estavam dispostas a investir na missão. A Igreja digna do seu nome é aquela que diz: “Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também.”
Terceiro: É uma igreja unida, mesmo diante de pensamentos divergentes. Barnabé e Paulo estiveram juntos por muitos anos, mas houve um dia em que se desentenderam. Barnabé queria levar João Marcos, que havia desistido antes (At 13.13). Paulo não queria arriscar. Eles discutiram e decidiram pôr um fim à parceria (At 15.36-41). Mesmo assim os irmãos abençoaram a missão que ambos empreenderiam. Barnabé ficou com Marcos. Diz a tradição que este jovem escreveu o Evangelho que leva o seu nome. Barnabé acreditou e investiu nele, como fez com Paulo. A Igreja de Antioquia nunca deixou de apoiá-los, embora pensassem diferentemente. E, dali a um tempo, foi possível a reconciliação (cf. a tradição expressa em 2Tm 4.11). Paulo faz recomendações a respeito de Barnabé aos Colossenses (4.10); enfim, há um respeito ao ministério que é feito com temor e amor. Além disso, a Igreja de Antioquia, apesar de ser composta por gentios, sempre teve grande respeito e submissão à Igreja de Jerusalém, consultando sempre os apóstolos ali reunidos em questões de doutrina e prática.
Jesus nos desafia a ser uma igreja digna do nome “Cristã”. Desafiada assim, Antioquia respondeu favoravelmente. Seu testemunho se espalhou por toda a parte. Foi ali que os cristãos receberam o nome que até hoje carregamos. Cumpre a nós sermos fiéis a esse nome. Se não, resta-nos a dura palavra de Alexandre: “Ou muda teu comportamento; ou muda de nome”.

O povo do coração aquecido

“O justo viverá pela fé” (Romanos 1:17, Habacuque 2:4, Gálatas 3:11, Hebreus 10.38) Uma experiência de mais de um dia John Wesley era um jov...