Era uma vez uma senhora, com uma voz doce e delicada e dedos mágicos. Com sua voz, ela contava histórias que faziam o coração palpitar de alegria. Com seus dedos mágicos, ela fazia duas coisas muito especiais: ela escrevia as melhores histórias, para que não se perdessem na imensidão de muitas palavras. E ela também fazia sair do piano as mais belas canções, que faziam a alma da gente dançar de alegria.
Ela era como uma dessas fadas-madrinha (porque Deus também faz mágica, sabia? E esta mágica se chama vida!) que a gente encontra volta e meia nesta vida. De tão rara, a gente pensa que vai durar para sempre. Por isso, fica sempre um súbito no coração quando, de repente, as coisas seguem seu curso normal e essas pessoas mágicas, que fazem a vida ficar mais bonita, vão para Deus.
Mas, como disse Rubem Alves, “É preciso não esquecer a saudade. É ela que faz toda a diferença. Deus mora na saudade, ali onde o amor e a ausência se encontram”.
As histórias ficarão, bem como as canções. Outras vozes vão dar vida aos personagens, outros dedos darão forma à melodia. Mas nunca vamos esquecer o começo de tudo isso.
Um certo vazio, cheio de Deus, ficará no coração da gente. Quando os olhos marejarem, teremos vislumbres do passado – a mágica que faz a saudade virar esperança.
Ainda ouviremos essa voz novamente, ainda teremos novas histórias para contar. Um dia, nos reencontraremos, porque o amor, disse Paulo, esse durará para sempre. E com amor em volta da gente, não faltarão histórias nem canções. Essas coisas são como enfeites para tornar o amor mais brilhante e por isso – como Deus é alegria e gosta de coisas bonitas – são sempre indispensáveis.
A vida do crente é uma história sem fim. Depois do capítulo desta existência, aguardamos com ansiedade as cenas dos próximos capítulos. Não perdemos a expectativa, mesmo sabendo do final da história: “seremos felizes para sempre”!
Assim sendo, como ao final de toda boa história, damos-lhe um beijo de boa-noite, tia Déa. Durma bem, nós nos veremos amanhã!
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