quinta-feira, 29 de abril de 2010

Um acróstico...

Mais uma coisa havia a fazer
Uma coisa que faria a criação completa
Lindamente arranjada e em plenitude
Haja a mulher, disse Deus com suas mãos habilidosas,
Enquanto moldava um novo ser de uma mesma carne
Raiou o sexto dia; eis que tudo era muito bom!
(Hideide Torres)

quarta-feira, 28 de abril de 2010

As parteiras: exemplo de compromisso e obediência no discipulado

Discipulado é uma palavra que traz em seu cerne a idéia da adesão, do compromisso. Quando penso nisso, sempre me lembro de uma história que meu pai contou. Ele perguntava: “Num jogo de futebol, quem está realmente comprometido? Jogadores, técnico, juiz? Não. Todos estão envolvidos com o jogo. Comprometido está o boi, que deu o seu couro para fazer a bola.” Na vida da Igreja, há muitas pessoas envolvidas. Elas participam, integram, se alegram. Mas na hora de “dar o couro” pela mensagem do Evangelho, muitos se acovardam, abandonam a partida. O discipulado não é algo que assumimos apenas quando as condições dadas são favoráveis. Um genuíno compromisso dura enquanto seu valor permanece essencial para a pessoa que o assumiu. Quando se trata de seguir a Cristo, esse compromisso precisa ser renovado e reassumido a todo tempo, pela vida toda.

As parteiras do Egito

As mulheres de Êxodo 2.15-22 são anônimas. Certamente naquele tempo não havia apenas duas parteiras para um país inteiro. O texto bíblico, na verdade, faz um elogio quando chama duas, dentre muitas, de Sifrá e Puá, que significam, respectivamente, beleza e esplendor. São títulos que enfatizam seu ato de coragem.
O faraó, preocupado com a força potencial do povo hebreu, manda matar os meninos. “Mulheres são frágeis, não constituem ameaça. Podem viver”. Assim pensava ele, temendo apenas o físico e o bélico. Mas as mulheres resistem, baseadas em astúcia e inteligência. Não com armas, mas com estratagemas. Com despistes, para que Faraó não veja a vida poupada de propósito. Mas agora, não vou falar nesta perspectiva. Quero trabalhar o compromisso dessas parteiras para com a natureza essencial do seu trabalho.

Preservar e garantir a vida
Qual a função essencial de uma parteira? Trazer crianças ao mundo de forma segura e saudável, tanto para elas quanto para suas mães. A ordem do Faraó, portanto, vai contra o que lhes é mais elementar. Onde a vida nasce, ele pede que haja morte. É como pedir a um médico que deixe o paciente morrer. Ou a um pastor que abandone suas ovelhas. Ou a um atleta que deixe de fazer exercícios. Isso não pode ser feito sem que algo muito interior seja negado, sem afetar definitivamente o caráter da pessoa.
De igual modo, uma igreja que negue justiça, amor, alimento, vestuário, cuidados elementares, físicos e emocionais às pessoas que dela necessitam está traindo a natureza essencial de seu ministério. Mulheres que se colocam à margem em suas comunidades de fé quando poderiam colaborar ativamente, estão negando a natureza essencial de seu ministério. Estão dando ao Faraó (que acima de tudo, na Bíblia, é a figura da opressão, da tirania, do sofrimento e da morte), a munição de que ele necessita para destruir a vida.

Coragem para comprometer-se
As parteiras adotam uma estratégia para manter a vida. Com isso, assumem o risco de perder as suas próprias. Estão diante de uma ameaça mortal, porque o poder do Faraó é verdadeiro e fatal.
Ao nosso redor impera a lei da morte. Há pessoas sofrendo, crianças abandonadas, mulheres oprimidas e violentadas de todas as formas, famílias  abaladas por falta de recursos financeiros para manter-se... O faraó está à solta, pois ele é, para nós, todo sistema anti-vida que possa existir. Jesus disse: “O ladrão vem somente para roubar, matar e destruir. Eu vim para que tenham vida e vida em abundância” (João 10.10). Ele também disse: “assim como o Pai me enviou, eu também vos envio”. Se o ministério de Jesus é dar vida, isso significa que o nosso também tem que ser.
Compromisso é essencial. Na Igreja, muitas cisões ocorrem porque as pessoas têm compromisso apenas consigo mesmas, com seus próprios interesses e posições. Os grandes reformadores, os verdadeiros, como Lutero e Wesley, viram os equívocos de suas igrejas; lutaram para mudar. Eles podem ter sido até empurrados para fora no calor do momento histórico. Mas tinham clareza de não querer uma nova igreja para si mesmos. Eles queriam “reformar”, não destruir, separar.
Nossa igreja não é perfeita. Por isso mesmo, precisa de nós, que também somos imperfeitas, mas que estamos abertas ao agir de Deus. A vida está na unidade. Foi o que as parteiras fizeram: elas não enfrentaram a luta com as mesmas estratégias de morte que o Faraó queria. Apenas mantiveram a fidelidade ao seu chamado: preservaram a vida, apesar das conseqüências. Elas temeram a Deus mais do que temeram o Faraó.

Para reflexão:
  1. Que ministério você desenvolve na Igreja?
  2. Como você definiria a natureza essencial dele?
  3. Você tem sido fiel a essa natureza enquanto exerce seu ministério?
  4. O texto bíblico diz que Deus concedeu família às parteiras. Preservando a família dos outros, elas receberam a mesma recompensa, tendo as suas próprias. De que maneiras você, mulher, se sente abençoada em seu ministério? Como seu trabalho para Deus repercute em sua alegria e realização interior?

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Atenta para o ministério que recebeste no Senhor, para o cumprires

Eu tinha este versículo na minha cabeceira, impresso num papel, durante um tempo na Faculdade de Teologia. Sempre penso nele quando quero desistir de algo que estou fazendo para o Senhor, por estar cansada demais ou abatida pelos muitos embates da vida. Recentemente preguei na igreja sobre ele. Disse que não faço ideia de quem tenha sido Arquipo, a quem Paulo dirige, na carta aos Colossenses 4.17. Mas o recadinho me incomoda... Será que Arquipo estava em crise? Desatento? Despreocupado? Esgotado espiritualmente? Não sei, mas Paulo lhe diz para prestar atenção ao seu ministério... Isso me leva a pensar em três aspectos, ao menos, acerca do ministério bem-sucedido.

1. Atentar para o ministério é começá-lo bem: isto tem a ver com a motivação inicial que nos leva a fazer algo para Deus. Por causa da pressão dos outros? Por que queremos aparecer? Por que ensejamos os elogios e a fama? Por que somos perfeccionistas e outros não fariam tão bem como nós? Muita gente começa errado e se dá mal, atropela sua vocação, não aguarda o tempo de Deus. Enfim, muita coisa pode dar errado. Por isso o conselho de Jesus em Lucas, quando fala que não podemos ser como aquele homem que começou a fazer uma torre, mas calculou mal e não pode concluir seu projeto. O que motiva você a começar algo? Que seja a vontade de servir e nada além disso, ou tudo pode desandar ao primeiro temporal.

2. Atentar para o ministério é perseverar: muita gente até começa bem. Tem apoio e reconhecimento ao que faz, esmera-se ao fazê-lo, consagra-se no serviço. Mas corre demais, se esgota logo, ou desanima quando surgem as críticas, as desavenças, os conflitos. Não sabe lidar com seus problemas e os deixa interferir na qualidade de seu relacionamento com Deus e, consequentemente, nas ações ministeriais que desenvolve. Mas a palavra de Deus é dura: Deus não tem prazer na pessoa que retrocede. O reino de Deus não conhece marcha à ré. Um certo pregador já disse: A Igreja vai a qualquer lugar, desde que seja para frente. Desistir não faz parte dos planos de Deus para ninguém. Busque tempo para renovar-se, para descansar, para focar-se novamente. Não se deixe esgotar, pois "a seu tempo ceifaremos, se não desfalecermos"...

3. Atentar para o ministério é saber terminar: há pessoas que começam bem e até prosseguem, mas não sabem a hora de parar. É preciso saber quando passar o bastão e permitir a sucessão na vida da igreja, de modo saudável e alegre. Pessoas que exerceram ministérios, especialmente em coordenações, muitas vezes tornam muito difíceis a vida e o ministério de seus sucessores, com críticas duras, palavras de desprezo, falta de consideração. Usam a famigerada frase: "No meu tempo...", "quando eu fazia..." e tudo vai por água abaixo. Aprenda a ser fraterno, aberto, repartindo sua experiência com quem vai chegando. Ninguém fica para semente, o nosso jeito pode não funcionar mais em novas circunstâncias. Tenha paciência com os novatos. Eu faço este exercício sempre em minha vida. Por exemplo, nunca buzino atrás de um carro de autoescola. Eu sei o quanto minhas mãos suavam quando eu estava aprendendo. Tenho de ter paciência para ver o talento do outro florescer. E se ele for melhor do que eu, então eu soube liderar e gerar frutos... A alegria é minha, mas a glória é de Deus.
Não sei onde você se encontra no seu ministério. Se começando, se tentando perseverar, se encerrando a carreira. Só lhe recomendo (e a mim também) o conselho sábio de Paulo: preste atenção. Seu ministério é um presente de Deus, cumpra-o, em qualquer situação e contexto. Você será uma bênção tanto ao entrar quanto ao sair e durante todo o tempo em que estiver lá! Graça e paz!

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Um interessante texto sobre a maternidade... não sei a autoria

Uma mulher  foi renovar a sua carteira de motorista. Pediram-lhe para informar qual era a sua profissão. Ela hesitou, sem saber bem como se classificar.
"O que eu pergunto é se tem um trabalho",  insistiu o funcionário.
"Claro que tenho um trabalho", exclamou. "Sou mãe".
"Nós não consideramos "mãe" um trabalho.
Vou colocar "Dona de casa",  disse o funcionário friamente.
Não voltei a lembrar-me desta história até o dia em que me encontrei em situação idêntica. A pessoa que me atendeu era obviamente uma funcionária de carreira, segura, eficiente, dona da situação, perguntou: Qual é a sua ocupação?
Não sei o que me fez dizer isto, as palavras simplesmente saltaram-me da boca para fora: "Sou Doutora em Desenvolvimento Infantil e em Relações Humanas."
A funcionária fez uma pausa,  a caneta de tinta permanente a apontar para o ar e olhou-me como quem diz que não ouviu bem. Eu repeti pausadamente, enfatizando as palavras mais significativas. Então reparei, maravilhada, como ela ia escrevendo, com tinta preta, no questionário oficial.
Posso perguntar, disse-me ela com novo interesse, o que faz exatamente? Calmamente, sem qualquer traço de agitação na voz, ouvi-me responder: "Desenvolvo um programa a longo prazo (qualquer mãe faz isso), em laboratório e no campo experimental (normalmente eu teria dito dentro e fora de casa). Sou responsável por uma equipe  (minha família), e já recebi quatro projetos (todas meninas).
Trabalho em regime de dedicação exclusiva (alguma mulher discorda???), o grau de exigência é em nível de 14 horas por dia (para não dizer 24  horas). Houve um crescente tom de respeito na voz da funcionária que acabou de preencher o formulário, se levantou e, pessoalmente, me abriu a porta.
Quando cheguei em casa, com o título da minha carteira erguido, fui recebida pela minha equipe: uma com 13 anos,  outra com 7 e outra com 3anos. Do andar de cima, pude ouvir o meu novo experimento (um bebê de seis meses), testando uma nova tonalidade de voz.
Senti-me triunfante!
Maternidade... que carreira gloriosa!
Assim, as avós deviam ser chamadas "Doutoras-Sênior em Desenvolvimento Infantil e em Relações Humanas".
As bisavós: "Doutoras- Executivas- Sênior".
E as tias: "Doutoras-Assistentes".

O povo do coração aquecido

“O justo viverá pela fé” (Romanos 1:17, Habacuque 2:4, Gálatas 3:11, Hebreus 10.38) Uma experiência de mais de um dia John Wesley era um jov...