Adeus
Já não há mais festa ao redor,
e findou-se o tempo de parabéns.
Estamos a sós, com nossos conflitos.
Já não há mais palavras de amor,
nem gestos de infindo carinho.
E ainda assim não sabemos partir.
Vivemos como dois estranhos
mas somos tão íntimos que é o fim.
Falamos línguas iguais, mas entendemos diferente.
Onde fica o amor nessa hora?
Onde ficam os gestos, as carícias?...
Estão no vácuo do nosso egoísmo!
E nos cansamos de nós.
Se lá fora, na noite, brilham estrelas,
brilham para todos, menos para nós.
Nossos olhos só contemplam as nossas feridas
e filosofamos sobre tudo e nada.
Paramos em frente ao espelho
para contemplar palidez e fealdade.
Não nos interessa o amanhã:
a dor de hoje nos basta.
Para que recordar o passado tão feliz e belo,
se a pureza daqueles dias se foi
sem nunca sequer ter existido?
Mas, ainda assim, quando a porta,
a porta da rua se abre, me convidando a sair,
eu fito a sala ao redor de mim,
e em cada canto percebo um pedaço de nós.
E nas lágrimas de meus olhos se refletem as suas,
num pedido mudo, gritando pra mim:
Fica, fica por favor!
E eu olho a rua, tão escura e fria.
E eu olho a casa, tão escura e fria.
E eu olho pra mim, tão fria e só.
E fecho a porta da rua.
Li seu post mais recente e fiquei curiosa em ler "o lixo" que vc escreveu. Fala sério! O poema é uma graça. De mim que não curto poema, não dá para esperar um graaande elogio, mas, sinceramente, é um poema com a mesma qualidade de tantos que já li da Cecília ou do Drummond. O que o "anônimo" estava procurando? Talvez não fosse um poema.
ResponderExcluirGraça e paz!