quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Calar e adoecer (Salmo 32)


O salmista nos fala do adoecimento que lhe causou o fato de ter silenciado a respeito de seu pecado (v.3). O que ele descreve seria aquilo que hoje a Psicologia chama de “doença psicossomática” – quando algo em nossas emoções repercute negativamente sobre nosso corpo. Alguém que seja, por exemplo, muito nervoso e estressado e, por causa disso, desenvolve uma gastrite. No seu caso, ele não nos descreve abertamente seus pecados, nem apresenta um diagnóstico de sua enfermidade. Mas nos conta que sentia os “ossos envelhecidos”, perda do vigor e que constantemente estava gemendo – seria por sentir alguma dor física? Não sabemos. Mas o pecado guardado tem mesmo a capacidade de nos adoecer: seja pelo sentimento de culpa, que definha a alma, seja pelo mal mesmo que, residindo em nós, rouba a alegria da vida, a leveza do sono e a tranqüilidade dos dias.
Existe muita gente que se cala hoje. Que esconde o pecado e vive uma vida dupla, secreta, dividida. E a pessoa dividida contra si mesma jamais encontra a plenitude da alegria e da felicidade. Só existe completude, plenitude, quando somos por inteiro. Compartimentados na espiritualidade que só existe no culto e nas reuniões da igreja, na qual temos a aparência exterior da santidade, vivemos a hipocrisia que Deus tanto rejeita e aumentamos a separação entre nós e o Senhor. Por isso, a confissão dos pecados não tem caráter apenas de nos aliviar dos sentimentos negativos, mas o poder, vindo do Espírito Santo de Deus, de nos transformar, nos santificar e aperfeiçoar em nós a imagem e a semelhança de Cristo.

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