quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Meu milagre

"E foi assim... quando eu pensei que já tinha acabado tudo, que não tinha mais jeito, que era mesmo o fim da linha... eu vi. Essas visões que a gente tem quando já não via mais nada... Parece a luz que todo mundo diz que vê quando morre, se bem que quem morreu mesmo não pôde contar o que viu... Mas eu vi, justo lá, onde não havia nada. E não era algo grandioso, como aquele milagre que muita gente 
quer esperar pra dizer que Deus existe. Não era nada disso. Foi uma coisa tão pequena e singela como a violeta no canto, de Milton Schwantes. Uma folhinha verde brotando no canto obscuro do meu coração. Uma melodia de uma música nova, a primeira nota ainda, virgem aos ouvidos, coisa mágica de primeira vez... Eu vi essa semente chamada esperança. Percebi que a gente pode recomeçar sempre outra vez. Basta um pouquinho de paciência. Basta regar mais um pouco a semente. Basta erguer um pouco mais os olhos. Basta parar de olhar na direção errada. Descobrindo isso, a gente descobre tudo. É como a história do povo da Bíblia reconstruindo o templo: ou a gente chora sobre as ruínas, ou a gente constrói de novo. Essa decisão requer dupla coragem. A de fazer novos projetos e a de remover os entulhos. A fé cristã não constrói sobre restos, é preciso limpar o que é velho, para que o novo ocupe seu lugar. Um novo às vezes mais humilde, mais simples. Mas vivo e cheio de potencial. Foi isso o que eu vi. E só por isso eu fiquei em pé quando tudo dizia não ser possível. Esse foi o meu milagre. E eu ainda o estou construindo."

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