quarta-feira, 29 de maio de 2013

O melhor presente de casamento


“Melhor é serem dois do que um, porque têm melhor paga do seu trabalho.  Porque se um cair, o outro levanta o seu companheiro; mas ai do que estiver só; pois, caindo, não haverá outro que o levante. Também, se dois dormirem juntos, eles se aquentarão; mas um só, como se aquentará? E, se alguém prevalecer contra um, os dois lhe resistirão; e o cordão de três dobras não se quebra tão depressa.” (Eclesiastes 4.9-12)

Introdução
Hoje, mais uma vez esta igreja se enche de pessoas para celebrar um casamento e o início de uma nova família. É sempre bom e renovador este momento. Com ele, expressamos nossa fé de que por mais que o diabo se levante contra a família, nós continuamos a crer que é possível viver um casamento abençoado, estar com os queridos ao longo dos anos com alegria, vitória e satisfação, criar uma família e sustenta-la, apesar das lutas.
Fiquei pensando no que dizer... Imagino que a coisa de que primeiro nos esquecemos num casamento é o sermão que é dado! Lembramos das damas, da elegância das madrinhas, do lindo vestido da noiva, dos salgados do casamento (e às vezes a gente até reclama porque sempre comemos pouco nas festas!)... Mas não viemos aqui para um momento social. Viemos aqui porque acreditamos que toda esta festa e beleza existe porque queremos começar nossa vida conjugal sob a bênção de Deus. Porque entendemos que a solenidade desta cerimônia nos fará lembrar sempre que proferimos votos diante do Senhor e, por isso, a vida, o mais sagrado de tudo o que existe, está debaixo da aliança que fazemos com Deus e com nosso cônjuge. Não é impossível, infelizmente, que essa aliança venha a se romper. Por isso, cuidar dela, mantê-la viva é essencial. Só onde existe a ação plena de Deus é possível crer no milagre que vence todas as barreiras...
Assim sendo, quero convidar vocês, Divânia e Cláudio, suas testemunhas, familiares e amigos a receber este sermão como meu presente de casamento para vocês. Que ele esteja entre as toalhas, talheres, panelas e cobertores que vocês ganharam e levarão para sua casa nova hoje. Que ele seja usado por vocês no dia-a-dia com a mesma naturalidade dos pratos, garfos e panelas, para alimentar vocês. Que ele seja como a toalha nova que envolva vocês e preserve a pureza e a limpeza gostosa do banho. Que este sermão seja como o cobertor que aqueça vocês nas noites frias. Ou como o ventilador que refresque o calor dos dias mais quentes... Este sermão não é para ser esquecido, mas usado. Presente de casamento que a gente não usa não adianta nada...
Meu presente para vocês
Bem, Divânia, você é professora numa escola do ensino fundamental. Então, meu presente vai ser bem útil para você lembrar.
Uma folha de papel: O papel é a base do seu trabalho. Nele, você ensina às crianças as primeiras letras, a como segurar o lápis corretamente, a desenvolver a coordenação para a escrita. Essa folha de papel é para você lembrar o conselho de Deus para o sucesso do seu casamento: “Não se aparte da tua boca o livro desta lei; antes medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer conforme a tudo quanto nele está escrito; porque então farás prosperar o teu caminho, e serás bem sucedido.” (Josué 1.8). A vida conjugal que vocês estão começando hoje ainda é como um papel em branco. Isso significa que todas as possibilidades estão em aberto. Tudo pode dar certo ou pode dar errado. Depende de como vocês vão escrever sua história. A Bíblia nos orienta a escrever segundo os mandamentos de Deus. Se seguirmos a cartilha do Senhor, nossas chances aumentam totalmente, pois o plano de Deus é sempre colocar finais felizes em nossa vida. Mas se quisermos escrever nossa própria história, corremos o risco de sair do “script” divino e encontrar um final que não vai nos agradar. Esta folha de papel é para você se lembrar de que Deus é o Supremo Autor. Deixem que ele escreva a história de vocês dois e tudo será bem-sucedido.
Lápis de cor: Este presente é para vocês se lembrarem de que a vida deve ser alegre e colorida. Temos de encontrar tempo para brincar, sorrir, divertir-nos e curtir um ao outro. É preciso aprender a ver a vida com olhos novos. Minha filha de quatro anos colore gatos vermelhos, sóis verdes e pessoas roxas... Muitas pessoas gostam de ter receitas prontas para a vida e com isso perdem a possibilidade de viver algo novo, gratificante e generoso da parte de Deus. Mesmo que haja dias cinzentos, os lápis de cor nos lembram os sentimentos bons, talentos e oportunidades que Deus nos dá de fazer nossa vida ser alegre e gratificante. É como diz Eclesiastes 5.14: Eis aqui o que eu vi, uma boa e bela coisa: comer e beber, e gozar cada um do bem de todo o seu trabalho, em que trabalhou debaixo do sol, todos os dias de vida que Deus lhe deu, porque esta é a sua porção. (Eclesiastes 5.14)
Apagador: O apagador é usado para limpar o quadro-de-giz e escrever algo novo. Ele é muito útil na vida conjugal também. Porque viver junto com alguém é um exercício constante de nossas emoções e, se existem coisas que devem ficar registradas para sempre, há também aquelas que devemos logo apagar, para não se tornarem raízes de amargura que afetam o relacionamento. Jesus disse, a respeito disso, certa vez, a Pedro: “Se teu irmão pecar contra ti sete vezes no dia, e sete vezes no dia vier ter contigo, dizendo: Arrependo-me; perdoa-lhe”. O perdão é necessário muito mais a nós do que ao outro. Se não perdoamos, é como ficar constantemente lendo a mesma escritura. Não podemos aprender algo novo, porque o quadro está ocupado com a escrita antiga. É preciso apagar para dar possibilidade de escrever uma nova lição, uma que fale de alegria, de comunhão e de recomeços...
Existem outras coisas que eu poderia listar para você, Divânia, mas essas três já são um bom ponto de partida. Também é preciso sobrar um espacinho para o Cláudio, né? Ele é vigilante. Essa profissão é muito bíblica, porque várias vezes Jesus falou: “Vigiai e orai”... Neste trabalho, também existem pelo menos três objetos que nos falam muito a respeito do relacionamento conjugal:
As chaves: Ser um vigia de uma empresa é um cargo de muita confiança. É preciso ter acesso aos lugares que outras pessoas não têm para fazer bem o trabalho. As chaves abrem as portas e permitem esse acesso e elas só são dadas às pessoas nas quais confiamos. Ao se encontrarem e até chegar ao dia de hoje – e mais ainda, daqui para a frente – vocês têm dado e darão um ao outro cada vez mais acesso ao que é mais precioso na vida humana: seus corações, sentimentos, sonhos e esperanças. A chave do nosso coração só a podemos dar a quem adquiriu nossa confiança, a quem podemos entregar nossos tesouros mais profundos da alma. Por isso, uma das figuras usadas no livro de Cantares é exatamente essa, da amada que abre a porta ao amado: “O meu amado pôs a sua mão pela fresta da porta, e as minhas entranhas estremeceram por amor dele. Eu me levantei para abrir ao meu amado, e as minhas mãos gotejavam mirra, e os meus dedos mirra com doce aroma, sobre as aldravas da fechadura.” (Cantares 5.4-5).
A arma: Não sei se é o seu caso, mas muitos vigias portam armas. A arma é uma forma de defesa do patrimônio da empresa em caso de alguma ameaça mais forte. É claro que nós condenamos qualquer tipo de violência, mas a arma nos diz, indiretamente, a respeito da proteção. Um vigia não tem uma arma para sair atirando por aí, mas para defender a empresa em caso de ataque. No relacionamento conjugal, devemos estar atento aos ladrões: a rotina, a falta de perdão, os ataques insistentes do mundo e do diabo, as pequenas coisas que minam os relacionamentos... Devemos proteger nossa vida conjugal  de todos esses ladrões. Para isso, a arma que temos é a Palavra de Deus. Ela é nossa proteção: “Tão-somente guarda-te a ti mesmo, e guarda bem a tua alma, que não te esqueças daquelas coisas que os teus olhos têm visto, e não se apartem do teu coração todos os dias da tua vida; e as farás saber a teus filhos, e aos filhos de teus filhos”, diz Deuteronômio 4.9. Vocês devem guardar um ao outro em oração, na leitura da Palavra, devem guardar os votos que hoje fazem, porque eles são a palavra que vocês empenham junto a Deus... Existe um preço a ser pago quando não cuidamos bem de nossa arma. Se ela ficar suja e empoeirada, pode falhar na hora em que mais precisarmos. E se a arma falhar, nós ficamos à mercê da violência do assassino, do ladrão, do bandido. É preciso estar preparados e atentos, é preciso “guardar o patrimônio” e de antemão evitar qualquer assalto. Sem a Palavra de Deus, não há proteção no lar... Nunca se esqueçam disso!
A lanterna: Muitas pessoas que trabalham com vigilância mantêm sempre uma lanterninha consigo. É a garantia de luz, de poder enxergar o perigo quando a escuridão da noite ou do local for muito forte. A vida conjugal precisa de luz. Temos de manter iluminados os nossos corações. As trevas podem nos levar ao tropeço, à confusão. Há muitas trevas no mundo que nos cerca hoje e essas trevas querem invadir a família. Quantas brigas, separações, mortes, violência existem dentro das nossas casas? Quantas palavras de desamor? Quantas traições e enganos e isso de muitas maneiras diferentes e não apenas da infidelidade sexual propriamente dita? São trevas... e elas devem ser banidas. Nossas melhores lanternas são nossos olhos, disse Jesus: A lâmpada do corpo são os olhos; de sorte que, se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo terá luz” (Mateus 6.22). Um olho bom é aquele que só vê o melhor, que vê com mais possibilidade o bom do que o mau, que acredita em quem ama e valoriza. Existe um ditado que diz que a grama do vizinho é sempre mais verde. O problema não está na grama do vizinho, nem na nossa própria grama, mas na capacidade de nosso olho em enxergar que aquilo que não temos é sempre melhor do que o temos. E quando caímos neste erro, podemos perder tudo... Porque o que temos, temos de acreditar que nos foi dado por Deus. Temos de manter nossas lanternas acesas e temos de foca-las nos nossos próprios tesouros, não em outros. Temos de proteger o nosso patrimônio, mantendo-o sob a luz do nosso cuidado mais intenso, do nosso amor mais profundo...

Conclusão: Bem, esses são os meus presentes de casamento para vocês. Não são sequer originais, pois são aquilo que vocês já têm, que está diante de vocês todos os dias. Cada vez que vocês forem trabalhar e pegarem seus instrumentos para isso, quero que se lembrem do dia de hoje, deste sermão que é um presente para toda a vida. Desejo que vocês possam, no contexto do seu lar, saber valoriza-lo e que vivam uma vida boa, alegre e feliz para sempre. Sabendo que ser feliz não é para poucos, mas tão somente para aqueles que, à semelhança do apóstolo Paulo, sabem que existem espinhos que às vezes ferem nossa carne na caminhada da vida. Mas como a ele, Deus também nos dá seu presente precioso, suficiente para nossa felicidade. E o presente de Deus é este: “A minha graça te basta” (2 Coríntios 12.9)



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