quinta-feira, 19 de março de 2015

Sobre a solidão

É que, às vezes, nesse caminho, a gente se sente muito só. Por isso, talvez, a maior parte do tempo precisemos de alguém como os amigos de Jó, num primeiro momento. Gente que sinta a nossa dor e que se sente e chore junto conosco. Quando começam a querer explicar demais, eles se perdem. Foram necessários enquanto mantiveram a empatia de chorar junto. Foram fundamentais enquanto puderam ter ouvidos atentos para escutar o lamento. Mas Jó também aprendeu. Eu também posso aprender. Posso lamentar demais as tragédias que me acometem, posso brigar bastante com Deus acerca disso. Mas se quiser compreender a natureza divina, ao final acabarei como no começo. Se não houver mais filhos pelos quais interceder e sacrificar, serei convocada a orar pelos amigos. Ao fim, nunca se trata de mim mesma, mas sempre e novamente do próximo. O intercessor é a pessoa que aprendeu a usar sua solidão como forma de alavancar seu afeto. A solidão não a aprisiona, mas a leva ao encontro atento a outras solidões.

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