Em Apocalipse, Jesus promete um
novo nome para os vencedores. Essa promessa, vinda do Senhor, deve ter um
significado especial, ainda mais no contexto de perseguição que as pessoas
daquele tempo sofriam. Nós temos a tendência de nos agarrar às nossas coisas e
o nosso nome é uma delas. Entendemos que, de alguma forma, nosso nome nos
define. Por que Deus quer mexer em algo que é tão inerente ao nosso ser?
O escritor Goethe, percebendo
essa realidade, escreveu: “O nome de um homem (sic) não é como uma capa que lhe
está sobre os ombros, pendente, e que pode ser tirada ou arrancada a bel
prazer, mas uma peça de vestuário perfeitamente adaptada ou, como a pele, que
cresceu junto com ele; ela não pode ser arrancada sem causar dor também ao
homem”. Então, se arrancar nosso nome faz tamanho estrago, por que quereria
Deus fazer justamente isso e – pior, num primeiro momento – fazer isso como um
prêmio ao vencedor?
Vamos ver isso conhecendo um
pouco acerca de como os judeus entendem o nome. Para eles, os nomes são dotados
de grandes e profundos significados. Na cultura bíblica, a prerrogativa de
nomear os filhos era normalmente da mulher, exceto nos casos em que o nome
fosse dado por revelação divina (Eva nomeia Caim em Gênesis 4.1; nomeia Seth em
Gênesis 4.25; a escrava Agar recebe de Deus o nome de Ismael para dar ao filho
que tivera com Abraão em Gênesis 16.11; Lia e Raquel, esposas do patriarca
Jacó, nomeiam a todos os seus filhos, inclusive os das escravas; Maria recebe
do anjo a incumbência de colocar o nome de Jesus em seu filho, conforme Mateus
1.25 e Lucas 1.31; em Lucas 1.60, Isabel exerce seu direito de escolher o nome
do filho; entre outros exemplos).
Gerhard von Rad (1986, p. 188)
entende que há uma relação profunda e indissociável entre o nome e seu portador.
O portador existe no seu nome e no nome se reconhece a essência de quem o
porta. E, ainda, “os judeus acreditavam que primeiro deviam conhecer o nome de
uma pessoa antes que pudessem conhecer a própria pessoa” (TENNEY; PACKER; WHITE
JR, 1988, p. 44). Tércio Machado Siqueira ressalta que, “sobre a importância do
nome, a Bíblia adverte: o que não tem nome não existe (Ec 6.10); o homem sem
nome é vil e desprezível (Jó 30.8); o nome deve mostrar a qualidade de quem o
carrega (1Sm 25.25)” (SIQUEIRA, 2005, p.111).
Há muitas sagas
vétero-testamentárias em que o nome do personagem ocupa lugar de destaque no
desenrolar da trama. Há maldições bíblicas que incluem o esquecimento do nome e
que eram rogadas sobre inimigos em tempos de combates.
A escolha dos nomes no contexto
judaico é também um marcador identitário. Pode estar relacionado a alguma
história da família, a algum evento em torno da concepção ou do nascimento, a
uma memória que liga a criança ao seu povo, tradições e religião. Um exemplo da
Bíblia Hebraica (Antigo Testamento) foi quando os filisteus capturaram a arca
da aliança e uma mãe estava concebendo. Ela deu à criança o nome de Icabode;
que quer dizer: “Foi-se a glória [cabode] de Israel” (conforme 1 Samuel 4.21).
Há também autores que ligam o
nome de uma pessoa à sua herança de família, ao reconhecimento de pertencer a
um povo. As pessoas que trocassem de nome perderiam seu lugar social, sua
herança no meio da família e seu espaço na tribo ou povo.
2. Por que, então, Deus muda o
nome de uma série de pessoas importantes na trajetória bíblica? Primeiro,
porque Deus pede que eles rompam com sua história anterior de vida. Abraão, em
Gênesis 12, é chamado a sair para fora de sua terra, de sua parentela. Ele
teria de abrir mão de qualquer coisa que o fizesse voltar, como reclamar uma
herança familiar, por exemplo. Sarai também abriu mão de sua herança familiar
quando saiu de sua casa com Abrão e ambos passaram a ser Abraão e Sara. Paulo,
ao deixar de ser Saulo, perdia seu lugar de fariseu influente, de mestre dentro
do Judaísmo, para ser “apóstolo dos gentios”. Jacó, por sua vez, teve seu nome
mudado para que ele pudesse ser livre para liderar seu povo a partir de outros
valores, que não a enganação e a trapaça.
Então, como para o judeu o nome
significa o que a pessoa é, não há outro jeito de mudar, senão trocando seu
nome, passando a ser conhecido por outra coisa diferente. Desde que você
aceitou a Jesus como Senhor e Salvador pessoal, como as pessoas têm reconhecido
você? Há coisas com as quais precisa romper definitivamente. Deus não quer lhe
dar um apelido, alguma coisa que você pode ser chamado quando interessa ou
descartar por outro. Deus quer lhe dar um novo nome, uma nova identidade...
Como é possível que isso aconteça de fato? Por meio da conversão!
2. Deus dá a Abraão uma nova visão antes de mudar o nome dele
(Gênesis 12). Ele seria o pai de uma grande nação, de um grande povo. Teria de
aprender a parar de pensar pequeno e tentar achar herdeiro por si mesmo, quer o
servo Eliezer, quer Ismael. Assim, Deus muda nossa identidade para nos ensinar
a negar a nós mesmos e à nossa forma de resolver as coisas. Veja quanta
trapalhada Abraão faz antes de obedecer e aguardar no Senhor. Como Deus vai
mudar nossa vida se estamos constantemente olhando para o lugar de onde saímos?
Se temos recaídas em nossa fé? Se queremos agradar a Deus e ao mundo ao mesmo
tempo?
3. Deus luta com Jacó e o obriga
a enfrentar seus pecados e a encarar
alguém ao invés de agir por estratagemas, antes de mudar o nome dele. Jacó
pegou uma bênção que não era dele, enganou o sogro para enriquecer e também foi
enganado para se casar com Lia, contra sua vontade e certamente a vontade dela.
Tudo isso gerou grandes dores para os três envolvidos na história. Ele também
enganou o irmão e os laços familiares se romperam de forma dramática. Deus muda
nosso nome para nos ensinar um novo caráter, novas atitudes e uma postura de
santidade que O agrada. Como é que Deus iria levantar um povo santo tendo um
patriarca mentiroso, enganador e bom vivant como Jacó? Como Deus vai mudar
nossa igreja se nós ainda carregamos conosco práticas de nosso antigo viver?
4. Deus faz Paulo cair do cavalo;
o deixa cego por três dias, para que ele
aprendesse a depender dos outros e não mais de si mesmo, antes de mudar o
nome dele. Para que neguemos nossa sabedoria, nossa ciência, nossa vontade e
acatemos o valor de Deus para nossa vida. Paulo afirma que considerava tudo o
que tinha obtido antes como “lixo, perda, como algo podre e fedido” por amor a
Cristo. Eu gosto demais de estudar, quero aprender, quero me qualificar... mas
isso eu sei que é suficiente para mim mesma, para o mercado de trabalho talvez,
mas jamais para Deus... Ele quer conhecimento com entrega, sabedoria com
santidade, informação com pureza, consagração e serviço! Sem unção, o
conhecimento não acrescenta, só ensoberbece. Mas aqueles que se preparam para
servir a Deus melhor e usam seu conhecimento para o serviço aos demais, como
Paulo fez marcam gerações! Ele falava várias línguas, ele conhecia as leis dos
romanos, ele escreveu muitas e muitas cartas... ele colocou sua sabedoria
debaixo da unção divina e isso fez toda a diferença até os dias de hoje! Como
Deus vai nos usar se não colocamos nosso melhor para ele? Se não nos
aperfeiçoamos para servi-lo? Ou se, arrogantemente, usamos nossa sabedoria para
oprimir, manipular e dominar os outros?
Deus quer nos dar um novo nome –
uma nova identidade – porque ele está mudando nosso caráter, nossa mentalidade,
nossa visão sobre as coisas (todas elas). Ele está mudando o nosso nome porque
quer que sejamos novas criaturas, anunciando um novo evangelho: a salvação em
Cristo – para um mundo que só conhece a velha notícia de que tudo vai de mal a
pior.
Você vai ficar com seu velho
nome, seu velho jeito de ser, sua antiga identidade e herança? Ou, apesar da
dor que Goethe diz que sentiremos quando nossa carne for atingida pela mudança
necessária, você quer que Deus mude você para ser à imagem e semelhança dele?
Termino contando a vocês uma história. Ela é parte
do livro: O peregrino da alvorada, de C. S. Lewis e faz parte da trilogia:
Crônicas de Nárnia. Um menino, chamado Eustáquio, por causa de magia, havia se
tornado um dragão. Ele queria voltar a ser humano, mas não poderia fazer isso
sozinho. Então que Aslam (o leão, uma alegoria de Jesus na história) aparece e
o leva a um lago. Então, eis o que acontece:
"Finalmente chegamos ao alto de uma montanha
que eu nunca vira antes, no cimo da qual havia um jardim. No meio do jardim
havia uma nascente de água. Vi que era uma nascente porque a água brotava do
fundo, mas era muito maior do que a maioria das nascentes – parecia uma grande
piscina redonda, para a qual se descia em degraus de mármore.
Nunca tinha visto água tão clara e achei que se me
banhasse ali talvez passasse a dor na pata. Mas o leão me disse para tirar a
roupa primeiro. Para dizer a verdade, não sei se falou em voz alta ou não. Ia
responder que não tinha roupa, quando me lembrei que os dragões são, de certo
modo, parecidos com as serpentes, e estas largam a pele. “Sem dúvida alguma é o
que ele quer”, pensei. Assim, comecei a esfregar-me, e as escamas começaram a
cair de todos os lados.
Raspei ainda mais fundo e, em vez de caírem as escamas, começou a cair a pele toda, inteirinha, como depois de uma doença ou como a casca de uma banana. Num minuto, ou dois, fiquei sem pele. Estava lá no chão, meio repugnante. Era uma sensação maravilhosa. Comecei a descer à fonte para o banho. Quando ia enfiando os pés na água, vi que estavam rugosos e cheios de escamas como antes. “Está bem”, pensei, “estou vendo que tenho outra camada debaixo da primeira e também tenho de tirá-la”. Esfreguei-me de novo no chão e mais uma vez a pele se descolou e saiu; deixei-a então ao lado da outra e desci de novo para o banho.
E aí aconteceu exatamente a mesma coisa. Pensava: “Deus do céu! Quantas peles terei de despir?” Como estava louco para molhar a pata, esfreguei-me pela terceira vez e tirei uma terceira pele. Mas ao olhar-me na água vi que estava na mesma. Então o leão disse (mas não sei se falou): “Eu tiro a sua pele”. Tinha muito medo daquelas garras, mas, ao mesmo tempo, estava louco para ver-me livre daquilo. Por isso me deitei de costas e deixei que ele tirasse a minha pele.
Raspei ainda mais fundo e, em vez de caírem as escamas, começou a cair a pele toda, inteirinha, como depois de uma doença ou como a casca de uma banana. Num minuto, ou dois, fiquei sem pele. Estava lá no chão, meio repugnante. Era uma sensação maravilhosa. Comecei a descer à fonte para o banho. Quando ia enfiando os pés na água, vi que estavam rugosos e cheios de escamas como antes. “Está bem”, pensei, “estou vendo que tenho outra camada debaixo da primeira e também tenho de tirá-la”. Esfreguei-me de novo no chão e mais uma vez a pele se descolou e saiu; deixei-a então ao lado da outra e desci de novo para o banho.
E aí aconteceu exatamente a mesma coisa. Pensava: “Deus do céu! Quantas peles terei de despir?” Como estava louco para molhar a pata, esfreguei-me pela terceira vez e tirei uma terceira pele. Mas ao olhar-me na água vi que estava na mesma. Então o leão disse (mas não sei se falou): “Eu tiro a sua pele”. Tinha muito medo daquelas garras, mas, ao mesmo tempo, estava louco para ver-me livre daquilo. Por isso me deitei de costas e deixei que ele tirasse a minha pele.
A primeira unhada que me deu foi tão funda que
julguei ter me atingido o coração. E quando começou a tirar-me a pele senti a
pior dor da minha vida. A única coisa que me fazia agüentar era o prazer de
sentir que me tirava a pele. Tirou-me aquela coisa horrível, como eu achava que
tinha feito das outras vezes, e lá estava ela sobre a relva, muito mais dura e
escura do que as outras. E ali estava eu também, macio e delicado como um
frango depenado e muito menor do que antes.
Nessa altura agarrou-me – não gostei muito, pois
estava todo sensível sem a pele – e atirou-me dentro da água. A princípio ardeu
muito, mas em seguida foi uma delícia. Quando comecei a nadar, reparei que a
dor do braço havia desaparecido completamente. Compreendi a razão. Tinha
voltado a ser gente." (texto retirado do livro
"Viagem do Peregrino da Alvorada" do autor C.S. Lewis)
Um velho nome é uma velha forma de viver. Uma velha
pele na qual o novo de Deus não pode entrar. Maquiagens e documentos falsos não
resolvem. É preciso SER uma nova criatura. Só o Leão de Judá por fazer isso,
por meio de seu sangue. A questão é: vamos aceitar os processos pelos quais
Deus vai fazer isso em nossa vida? Ou vamos querer enganar, usando aparências?
Ao fim do dia, a escolha é sempre nossa. Mas a história do Reino de Deus só
conhece a trajetória daqueles que largaram o que eram, para se tornar o que
Cristo é.
E esse nome JESUS...
ResponderExcluirPARECE FORA DOS LIVROS ANTIGOS HEBRAICOS..
e Fora da Linguagem Israelita .
REI dos REIS ; SENHOR DOS SENHORES ; Unigênito do PAI..
São atributos únicos do Cristo Messias após de RESSUSCITADO E GLORIFICADO por DEUS*
(este é meu filho amado).
À quem noninalmente se deve direcionarar orações ?¿.....
¿ ao PAI Nosso ;
AO ETERNO ; ao Altíssimo ,à Jesus ; ao SENHOR dos SENHORES ; ao REI dos REIS ;
à Jeová ; à Jesus Cristo ; ao SENHOR ; ao PAI CELESTE ; à Adonai , à yeshua , à outros nomes em hebraico ?¿?¿¿?
Geralmente em ritual são Batizados em Nome ;
*DO PAI / DO FILHO / DO ESPÍRITO SANTO*.
E outros em : Nome do Senhor Jesus.
PAI Eterno SÓ1
enviou o FILHO Eterno SÓ 1 , enviou o ESPÍRITO SANTO para a Terra .
Atributos em DEUS em geral.
Qual é o nome de do Cristo na Glória ao Lado de DEUS PAI ( é Cordeiro de DEUS )...?¿?¿
☆não se sabe orar , precisa de intercessão do Espírito☆