segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Uma igreja digna do seu nome (Atos 11.19-26)

Sermão do culto de posse na Oitava Região Eclesiástica da Igreja Metodista
Brasília, 04 de fevereiro de 2017

Na cultura bíblica e também na nossa, o nome é algo muito importante. Ele está ligado a tradições de família, histórias que cercam o nascimento, memórias a resgatar... Do mesmo modo, a gente aprende a preservar o nome: “não pode ter nome sujo na praça”; “tem que honrar o nome da família”. O nome marca, qualifica, dignifica ou traz desprezo, opróbrio... Muitos exemplos encontramos, desde Esaú, Jacó, Jesus, até Icabode, cujo nome marca um momento de derrota e tristeza.
Certa vez, Alexandre, o Grande, conquistador da Grécia, julgou um jovem que havia abandonado o campo de batalha. Era um soldado novo, coitado, inexperiente... mas a acusação era grave. Então, o conquistador perguntou: Como é o seu nome, garoto? E o jovem respondeu: Alexandre, senhor! Então Alexandre ergueu-se e exclamou com o dedo em riste: “Então, mude seu proceder ou mude de nome!”. Um covarde não poderia ser chamado pelo mesmo nome do conquistador.
O texto bíblico acima diz que, até então, os cristãos eram conhecidos como os “do Caminho”, talvez em referência à frase de Jesus: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida”. Mas agora, em Antioquia, há uma relação direta entre os seguidores e o mestre. Eles são chamados de cristãos, que quer dizer “pequeno Cristo”. Em todo o lugar por onde eles e elas passavam, havia uma identidade, uma relação direta, que impedia que houvesse um reconhecimento de outra forma senão pelo nome do seu Mestre. Era uma igreja digna do seu nome.
Sobre nós, neste tempo, repousa o mesmo desafio feito ao jovem do exército de Alexandre. Que o nome de Cristo, que carregamos sobre nós, é um nome de peso de glória. Não podemos correr o risco de desonrá-lo, renegá-lo ou agir de modo contrário ou inferior à dignidade dele. Eu poderia falar muitas coisas sobre a Igreja de Antioquia que expressam as formas pelas quais aquela comunidade. Mas gostaria de destacar apenas três, a partir do olhar de Barnabé, que foi designado pelos apóstolos para ir até lá e ver o que estava acontecendo.
Uma igreja cheia da graça de Deus (Atos 11.23)
A graça de Deus precisa ser visível na vida de uma igreja que traz o nome de Jesus porque era uma característica Dele. Jesus “crescia em sabedoria e graça”. Ele ia por toda a parte fazendo o bem e a graça era marca do Seu ministério. A graça perdoa, a graça traz alegria. Ela renova, traz leveza. Ela reconcilia. A graça cura. Ela é favor, doação, abertura de si para o outro, a outra. A graça é a maior marca do ministério de Jesus porque ela é expressão viva do amor de Deus. A graça se manifesta salvadora. A graça educa. Quando Barnabé viu a expressão viva da pregação, que aconteceu no meio de grande perseguição e opressão, ele se alegrou sobremaneira, porque o resultado da graça é a alegria para viver e para testemunhar. Essa graça, visível e palpável, o motivou a dedicar-se ainda mais à obra missionária, fixando sua base em Antioquia.
Uma igreja que anuncia apesar das circunstâncias (Atos 11.19-20)
A igreja de Antioquia se iniciou porque uma perseguição veio sobre os judeus depois da morte de Estevão. Eles se espalharam por toda a parte, mas não conseguiram conter o anúncio da boa nova somente à sua etnia. Eles começaram a contar a todo mundo. Homens e mulheres gregos começaram a ouvir de Jesus e a responder com fé ao Seu chamado.
Jesus também não olhou os limites da religião, das condições sociais ou econômicas. Ele anunciou Sua palavra nas cidades grandes e pequenas; falou a pessoas de todos os jeitos e de todas as origens. Jesus não Se intimidou pelas ameaças ou pela cruz.
Uma igreja digna do nome de Jesus é uma igreja missionária, evangelizadora, que vai ao encontro das pessoas em suas condições mais precárias com uma mensagem viva. É uma igreja que muda a história de pessoas, famílias e nações. É uma igreja relevante em qualquer aspecto em que toque a vida dos outros e outras. É uma igreja viva e vivificante.
Uma igreja que vive em unidade (Atos 11.24)
Jesus sempre disse que a unidade entre Ele e o Pai era um sinal para a igreja. Que também devíamos ser um. Até hoje temos dificuldade em tentar explicar por que existem tantas igrejas no mundo. Nossas divisões escandalizam. Esperamos aquele dia em que Deus corrija esses nossos equívocos e nos faça um só povo e um só pastor.
Isso não nos impede de olhar para a igreja de Antioquia. Era uma igreja miscigenada, com gente de várias origens diferentes, como vemos em Atos 13. Mesmo assim, ela se unia em torno da missão. Ela enviou missionários e formou muita gente nos caminhos de Deus. A unidade é a expressão máxima da presença de Deus. Uma igreja digna de ser chamada cristã precisa caminhar na unidade, pagando o preço disso, esforçando-se para permanecer juntos.

Mas além das qualidades da igreja, havia seus líderes. Entre eles, Barnabé. Ele pôde conduzir essa igreja porque “era homem bom, cheio do Espírito Santo e de fé”. Nós, que somos pastores, pastoras, líderes de ministérios e de grupos pequenos, missionários, missionárias, evangelistas, precisamos ser pessoas boas, cheias do Espírito Santo e de fé para conduzir este povo a uma jornada, de modo que sejamos todos dignos e dignas do nome de Cristo. Precisamos sondar nossas intenções e nos colocar sob a cruz de Cristo, imitando ao nosso Senhor, que também era bom, como testifica Nicodemos, cheio do Espírito Santo, como fala todo o evangelho de Lucas e de fé – principalmente por confiar a nós a missão de prosseguir com o anúncio do Evangelho. Precisamos mudar de vida ou mudar de nome. Precisamos mudar práticas ou mudar de nome. Precisamos ser dignos e dignas deste nome santo. Sejamos cristãos e cristãs num mundo que carece deste nome de amor.

domingo, 12 de fevereiro de 2017

"A quem me confessar..." - promessas em Mateus 10.32-33

Dietrich Bonhoeffer, escrevendo da prisão para um de seus estudantes, à luz de 2 Coríntios 1.20 (“Quantas forem as promessas feitas por Deus, tantas têm em Cristo o ‘sim’. Por isso, por meio dele, o "Amém" é pronunciado por nós para a glória de Deus”), declarou: “Deus não cumpre todos os nossos desejos, mas todas as suas promessas”. É o conhecimento das promessas de Deus que mantém nosso firme propósito e nos recoloca na intenção dos desígnios realmente importantes para Deus, com os quais Ele mantém Sua Palavra. Nesses tempos atuais, em que proliferam teologias e práticas que têm o ser humano como centro, que focam nas nossas necessidades e no que queremos, prometendo coisas que Deus não promete, é bom entender a diferença entre nosso desejo e o compromisso de Deus para conosco. Como dizia a minha mãe, é preciso saber a diferença entre o que você quer e o que você precisa. A Palavra de Deus é nosso norte e o Espírito Santo é nosso guia para essa jornada. Porém, nem sempre é fácil.
Meditando nesta manhã em um devocional que seleciona trechos da Bíblia para leitura diária, minha atenção se despertou para uma promessa não muito estudada nesta perspectiva. À luz do tema colocado pela igreja que me convidou a pregar, quero refletir com vocês sobre as coisas que Jesus promete àqueles e àquelas que O confessam. Antes disso, porém, vamos pensar sobre o que significa “confessar”. No original, a palavra que aparece em Mateus é um verbo que usamos muito em nossas reuniões metodistas: homologar!
É uma palavra que tem forte contexto jurídico. Jesus está dizendo que a confissão de que pertencemos a Ele nos traz implicações das quais a gente não pode escapar. Tem força de lei. E nessa acepção jurídica, a escolha do tradutor pela palavra “confessar” se toma de mais significado. Vamos a eles:
“Aquele que me confessar diante dos homens” (v.32): Essa expressão faz a gente lembrar aquele momento fatídico de Pedro, negando a Jesus três vezes antes da crucificação. Confessar a Cristo significa que somos cúmplices Dele; que estamos alinhavados e alinhavadas com Seus propósitos; que damos aval às Suas Palavras; que concordamos com Seus encaminhamentos e Suas posturas. É algo radical. No tempo da escrita do Novo Testamento, significava o que hoje também significa para as igrejas em países sob perseguição. Se você é cúmplice de alguém que é condenado, então você pode receber a mesma sentença que essa pessoa.
“Aquele que não me confessar diante dos homens” (v.33): o termo traduzido por negar, que aí aparece, tem o mesmo sentido do confessar: “não referendar, não sancionar”. Tem o mesmo peso jurídico. Algumas traduções jogam esse texto para um cumprimento futuro, no dia do juízo, mas eu creio que podemos também trazer para a nossa realidade. Há coisas que estão sendo feitas hoje que não sancionam o nome de Jesus, nem o confessam, nem o referendam. O que significa, portanto, confessar e negar com base nesses textos e qual o peso disso para nossa vida hoje?
Quem são os/as que confessam?
A palavra de Jesus aos discípulos surge num contexto de argumentos em torno da perseguição. Jesus quer encorajar as pessoas que O seguem diante das ameaças à vida (Mt 10.28). As pessoas que podem matar o corpo não são nada comparadas às forças que podem destruir a alma. Jesus nos alerta que talvez as piores perseguições sejam aquelas sutis, que levam a alma a engano. De fato, é mais fácil resistir à dureza da vida do que às sutilezas satânicas. As pessoas que confessam são aquelas que transcendem os valores deste mundo, são profundamente comprometidas com as mudanças familiares, pessoais, estruturais, políticas, econômicas, sociais... enfim, com o todo da criação redimida em Cristo.

Na leitura bíblica, de repente me veio uma iluminação. Por que confessamos? Porque primeiro Jesus nos confessa! Ele é o modelo. A partir Dele, de Sua promessa, temos um caráter a imitar, um propósito a firmar. Como Jesus nos confessa?

Jesus nos confessa Se comprometendo: A encarnação de Cristo é o sinal primeiro de Seu compromisso. Há uma anedota sobre pessoas envolvidas e pessoas comprometidas que usa a figura do futebol. Alguém pergunta: os jogadores estão envolvidos ou comprometidos no jogo? E a outra pessoa responde: Eles estão apenas envolvidos. Comprometido está o boi, que deu o seu couro para fazer a bola! Jesus não Se envolveu conosco. Ele Se comprometeu totalmente. Ele veio a este mundo para isso. 
Falando sobre isso, o escritor Harold Segura declarou: "Para Deus não foi suficiente desejar o melhor para suas criaturas, nem lhes oferecer seu auxílio imediato vindo das alturas de sua majestade. Ele decidiu nos visitar; fez-se um de nós e, em Cristo, nos entregou a salvação" (Harold Segura, Para que serve a espiritualidade?, p. 30). Não é suficiente para nós, do mesmo modo, desejar seguir a Cristo, ou trabalhar meramente nas atividades relacionadas com a igreja, mas nosso desafio é estar no encontro real com outras pessoas, transformando as condições da vida delas e da sociedade, como Jesus nos alcançou. Temos de seguir entregando a salvação. Esse é nosso propósito maior, como imitadores e imitadoras de Cristo.

Jesus nos confessa comprometendo-se com as nossas necessidades mais profundas: O texto bíblico traz à memória o servo sofredor de Isaías para falar de como Jesus era capaz de ser mais do que empático. Ele realmente teve compaixão. A compaixão real e verdadeira Dele pelas pessoas era tão notável que frequentemente Jesus se colocava em risco por elas. Curava pessoas no sábado, tocava em quem não podia ser tocado, conversava com gente com quem não podia conversar. Ia a cidades onde “cidadãos de bem” não iriam. Questionava pessoas de poder e influência, quer política, quer religiosa. Jesus não tem limites em Sua tarefa de alcançar as pessoas. Ele as autoriza, as homologa e as sanciona perante Deus, como advogado de defesa (João 1.9). 
A igreja que quer viver com propósito precisa aprender a fazer o mesmo. Não pode se irritar com o pecado humano, não pode desejar a morte das pessoas, não pode achar que não tem mais jeito. Precisa investir na vida, na saúde das pessoas, em sua restauração em todos os sentidos, no mundo como um todo, na superação das guerras, fomes, desigualdades e falsos cristos de toda espécie. Caso contrário, vai estar negando o que Cristo fez e foi; o que Ele é e sempre será. Se existe um salvador, é porque existem pessoas em condições de morte e perigo.

Jesus nos confessa levando-nos à transformação e à superação: Confessar, ou seja, sancionar, tornar-se cúmplice, ser testemunha nossa diante de Deus é uma coisa muito séria. Hoje em dia está difícil até achar avalista para alugar uma casa, quanto mais para falar em nosso favor diante de Deus! Mas Jesus faz isso com aqueles e aquelas que O confessam – que O confessam porque Ele fez isso primeiro, morrendo na cruz por nós! É a justificação. É como aquela história do moço que foi condenado por ter deserdado. Quando o juiz estava prestes a dar a sentença, irrompe no tribunal um outro soldado, o qual fora vitimado pela guerra e não tem mais seus braços ou pernas. Ele declara ao juiz que veio para interceder em favor do amigo. O juiz não entende  e pergunta: Por que razão? Ao que o soldado retorque: “Eu lutei a luta que ele não poderia lutar. Estive na guerra que ele não poderia vencer. O melhor argumento para perdoá-lo não é porque ele merece, mas porque eu estou pedindo. Meu mérito é a garantia da sua libertação”. 
A partir do fato de que alguém deu a vida em nosso lugar, nossa perspectiva de vida muda. Deveríamos estar sempre que meio em estado de choque se pararmos para considerar o que Cristo colocou em jogo por nós. E essa consciência deve nos elevar a um novo estado de vida. A confissão de Jesus a nosso favor é que garante a nossa reconciliação com Deus! Este propósito elevado, essa promessa cumprida é que nos permite, do mesmo modo, confessá-Lo diante das pessoas.

Invertendo assim a reflexão, por que nosso propósito deve ser confessar a Jesus?

- Porque a confissão – a homologação, a sanção – de Jesus como nosso Salvador é uma poderosa arma espiritual contra todas as forças que oprimem o ser humano e promove a salvação: “Se você confessar com a sua boca que Jesus é Senhor e crer em seu coração que Deus o ressuscitou dentre os mortos, será salvo” (Romanos 10.9).

- Porque a confissão manifesta de que lado nós estamos nos confrontos nos quais a vida humana está ameaçada. Muitas vezes a manutenção do nosso status social ou religioso pode nos afastar da vida eterna: “Contudo, muitos dentre as próprias autoridades creram nele; mas por causa dos fariseus não o confessavam, para não serem expulsos da sinagoga” (João 12.42).

- Porque a confissão leva ao conhecimento do Deus a quem servimos, é testemunho vivo: Mas confesso-te isto: que, seguindo o caminho a que eles chamam seita, assim sirvo ao Deus de nossos pais, crendo tudo quanto está escrito na lei e nos profetas (Paulo falando ao governador Félix em Atos 24.14).

- Porque a confissão é uma poderosa forma de louvor: Por ele, pois, ofereçamos sempre a Deus sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos lábios que confessam o seu nome. (Hebreus 13.15).

- Porque a confissão revela nossa filiação espiritual com Deus, o Pai: Qualquer que nega o Filho, também não tem o Pai; aquele que confessa o Filho, tem também o Pai. (1 João 2.23).
Muito mais se poderia dizer. Contudo, quero encerrar dizendo dessa maravilhosa dádiva que é o fato de que só podemos confessar a Jesus porque Ele confessou a nós primeiro. Confessou que nos ama, confessou que anseia nos salvar, confessou e declarou de todas as maneiras possíveis que o preço de Seu amor é inefável. 

Conclusão: Nós temos o desafio nesta semana em que tantos propósitos aqui foram trabalhados, um desafio que talvez seja o maior de todos os propósitos: permanecer na confissão. O autor de Hebreus nos adverte duas vezes, usando o mesmo termo – homologar, confessar: em Hebreus 4.14, ele diz: “Tendo, portanto, um grande sumo sacerdote, Jesus, Filho de Deus, que penetrou os céus, retenhamos firmemente a nossa confissão” e em Hebreus 10.23: “Retenhamos inabalável a confissão da nossa esperança, porque fiel é aquele que fez a promessa”.
Como tem sido sua confissão de fé? Ela tem sido comprometida? Ela tem atendido às reais e profundas necessidades das pessoas ao seu redor quanto à salvação, à mudança de vida e à vida eterna? Tem sido uma confissão capaz de gerar transformação e provocar outros processos de salvação pela firmeza do testemunho? Quero lhe convidar a renovar o propósito da confissão nesta noite, tendo em vista a promessa de Jesus. Se não queremos receber a dura palavra “Não vos conheço”, a igreja hoje precisa se empenhar em tornar-se conhecida do Seu salvador. Confessemos com atos, palavras, caráter e vida. Confessemos exatamente como nosso Mestre fez, para que, hoje e naquele dia final, Ele nos confesse, igualmente, diante do Pai.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Chamado e envio

Vós não me escolhestes a mim mas eu vos escolhi a vós, e vos designei, para que vades e deis frutos, e o vosso fruto permaneça. (João 15:16)

Quando falamos a respeito de nossa tarefa vocacional, normalmente a conceituamos como “chamado”. Recentemente, durante um encontro de famílias pastorais, o pregador wesleyano Elizeu Gomes nos apontou uma possibilidade interpretativa muito interessante, a qual ainda não me ocorrera, sobre o tema do chamado. Ele disse que a gente costuma confundir-se, pois Jesus nos envia ao ministério – seja o leigo ou o clérigo – mas o Seu chamado é um só. O chamado a estar com Ele, em relacionamento. Se somos capazes de nos manter de modo atrelado ao relacionamento, descobriremos sempre a capacidade de acatar o envio. Esse seria o “segredo” de uma vida bem-sucedida e de um ser preenchido pela alegria e o gozo divinos.
Concordo com essa perspectiva. Ela me anima e me enche de esperança. Quero compartilhá-la com você, a quem Jesus também convidou para a grande aventura da Grande Comissão – ir por todo o mundo e contar a boa notícia a todas as pessoas, ensinando e cuidando delas até o fim dos tempos. Trata-se de uma maratona. É preciso preparo para uma corrida de uma vida. A motivação genuína é fundamental...
Eu escolhi vocês – é o chamado. Ele significa que Deus, em Cristo, tem para nós um olhar especial. Como metodistas, cremos que Deus não tem pessoas favoritas, que Ele chama a todas elas para um relacionamento com Ele. Mas, ao mesmo tempo, Ele reconhece em cada uma sua especial forma de ser, sua singularidade – e Ele dá valor a isso especialmente. Lembro-me de uma história lida em o No Cenáculo, na qual a pessoa que escrevia contou sobre uma dinâmica na qual todos receberam um papel com um número escrito. A pessoa que tirasse o número 1 ganharia um prêmio. Ao abrir o papel, ela ficou feliz em sentir-se premiada. Ao olhar ao redor, contemplou que todos os participantes estavam com a mesma cara de surpresa e felicidade. Em todos os papéis estava escrito o número 1. Todos receberam uma lembrancinha, na qual se lia: “Para Deus, todas as pessoas são número 1”. Você e eu somos resultado de uma escolha de Deus: em nos criar, em nos chamar, em nos designar. Devemos reconhecer este valor em nós e nas pessoas ao nosso redor.
Eu designei vocês – é o envio. Ser a escolha é receber o relacionamento vital que capacita. Receber a designação significa que Deus reconhece a capacidade humana e a potencializa pelo Seu Espírito a realizar aquilo que nós apenas não poderíamos. Receber a designação de Cristo para a tarefa missionária e transformadora de vidas é um privilégio a compartilhar. Viva sua tarefa missionária sabendo que a coisa mais importante é que Cristo chamou você para estar com Ele. Encha-se desta alegria e esperança. Há muita gente carente dela. Não confie demais no que você pode fazer, mas regozije-se pelo que Deus, em Cristo, quer ter com você e lhe conceder: uma vida plena! Assim, quando for difícil fazer, corra para perto Dele outra vez e encha-se de novo desta chama viva – Seu chamado para perto.

A designação de Cristo, resultado de Sua escolha, gerará frutos em nós e por meio de nós. Os melhores frutos que uma pessoa cristã pode produzir são outras pessoas com esta mesma experiência vital de salvação, plenitude e relacionamento com Cristo. É maravilhoso o que Ele fez e tem feito em minha vida. Quero compartilhar isso com frutos em sua vida. Convido você a passar isso adiante. Temos um vasto território para ir hoje mesmo. Nosso mundo começa nos limites da Oitava Região. Cristo conta com a gente! Simbora?

O povo do coração aquecido

“O justo viverá pela fé” (Romanos 1:17, Habacuque 2:4, Gálatas 3:11, Hebreus 10.38) Uma experiência de mais de um dia John Wesley era um jov...