sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Emaús

Eu que pensei que fosse essa a hora
Em que a vida iria, enfim, mudar.
Eu que celebrei e clamei “Hosana”,
sinto um nó na garganta
e uma dor me sufocar.
Eu que esperei tanto tempo
e no meu acalento
ansiei libertação,
sigo agora, tão aflito,
oprimido e contrito,
sem ter paz no coração.
E você, meu companheiro,
com palavras de efeito
quer a lei me ensinar?
E se a conheço, por que essa chama,
esse calor que me inflama,
parece que vai me incendiar?
Talvez meu erro tenha sido
concluir a seu respeito
ao invés de observar
o homem que acolheu meninos
que deu pão aos mais famintos
que acalmou até o mar.
Se ele não era o Messias aguardado,
Quem, por Deus, é o Esperado?
Quem nos vai, enfim, livrar?
Entra em casa, meu amigo.
Descansa o corpo neste abrigo,
vem meu pão compartilhar.
Se já tenho o coração tão quente,
não podias de repente
ritual conhecido praticar!
Vejo o pão que é teu corpo,
em tuas mãos e sinto o gosto
de algo tão familiar!
És tu mesmo, Mestre amado,
eis que hás ressuscitado!
Nova vida a mim vens dar.
Essa nova grandiosa,
graça tão maravilhosa,
não a posso ocultar.
No caminho em que regresso
sinto que estás sempre tão perto,
posso então me acalmar.
E se vejo meu Jesus
nessa estrada de Emaús
nunca vou sozinho estar!

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