Ao mesmo tempo em que recebo fofocas desgovernadas, as informações sérias estão circulando. Tenho lido os blogs e revistas que trazem matérias sobre o assunto. Confesso minha decepção com uma série de expectativas frustradas em relação ao governo. Fico pensando se os avanços ocorridos não se devem mais à conjuntura dos fatos do que à direção presidencial propriamente dita. Fico desconfiada quando vejo tantos escândalos surgindo. O que sabemos não me preocupa; tenho medo é do que não sei...
Se afirmo que não acho correto indicar candidatos em quem votar, tenho plena clareza de que os líderes, sejam religiosos, educacionais, políticos, etc., podem e devem, ao menos, dizer em quem não fazê-lo. Quando era pastora no Espírito Santo e explodiu o escândalo dos sanguessugas (lembra?), em nossa igreja fomos os primeiros a elaborar uma lista dos candidatos envolvidos, ligados à famigerada bancada evangélica, e dizer aos membros da Igreja que deveriam ignorar aqueles nomes no próximo pleito. Definitivamente, eles não eram dignos da representatividade a que se propunham. Quem está envolvido em escândalo não pode, a meu ver, dizer que me representa, sob pena de me colocar no mesmo saco...
Conhecer o passado do candidato é importante. Difícil, reconheço, é fazê-lo quando a maquiagem midiática entra em ação. Que passado é este? É claro, porém, que as pessoas podem e, efetivamente, mudam. Mas fica sempre a dúvida de saber até onde.
Pensar com a própria cabeça, conversar, discutir, argumentar... isto é muito importante e saudável. Alimenta nossa esperança de que possamos ter uma visão melhor acerca da realidade. Como jornalista, fico triste em perceber o cerceamento da liberdade de expressão a que o governo tem submetido uma série de jornalistas e empresas. Como pastora, tenho receio, sim, de que tanto nossa incompetência argumentativa quando o poder estatal acabem por prejudicar a proclamação autêntica da Palavra de Deus. São questões políticas, mas nada na política é isolado, como afirma Bertold Brecht em seus textos nunca tão atuais! O analfabeto político está mais vivo do que nunca... dele temos de ter medo, pois as consequências são danosas... Quando o justo governa, o povo se alegra, diz Provérbios. Mas os justos parecem rarear cada vez mais. Quando a pessoa sobe ao poder, parece que é possuída pelo espírito da soberba e perde sua identidade. Ou se deixa dominar pelas próprias ideias e não é mais capaz de ouvir a diversidade de vozes que necessitam ser ouvidas. Só sobra a mordaça, o peso da lei, as dissimulações...
Ainda bem que teimosa é a fé no Deus vivo, que olha sempre acima das circunstâncias! Deus nos ajude em nossas decisões. E nada de ficar olhando apenas para a presidência. Precisamos de bons pensadores e pensadoras legislando! O executivo é apenas um braço, embora poderoso. Se o Senado e a Câmara cumprirem adequadamente seu papel, muitos equívocos são impedidos. Se a gente vota no Tiritica, sim, pior, muito pior, é que fica!
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O povo do coração aquecido
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ResponderExcluirLEGALISMO E ELEIÇÕES
O que é legalismo? Segundo o dicionário, é o apego geralmente exagerado a normas e procedimentos legais. Religiosamente falando, segundo o Pr John Piper, [legalismo é] o comportamento moral desprovido de fé. Ele fundamenta sua definição em Romanos 14.23: «Mas quem tem dúvidas a respeito do que come é condenado por Deus quando come, pois aquilo que ele faz não se baseia na fé. E o que não se baseia na fé é pecado.»
O texto é muito claro. Qualquer prática, ainda que correta, se não é fruto da fé em Cristo, constitui um pecado. Então, qualquer crente que sonhe com uma nação transformada, mas pela via da lei, é um legalista e está promovendo o pecado. Já pensou nisso?
Com isso não se quer dizer que o bem praticado por políticos sem fé em Cristo seja mau, mas que não torna o homem aceitável a Deus e, por isso, ainda que promova um bem social parcial e temporário, não agrada a Deus para a eternidade.
Em seu livro, A Crise do Ser e do Ter, o Pr Caio Fábio escreveu sobre o comportamento da igreja quando a democracia foi inaugurada no Brasil: «A ‘onda’ era se candidatar a alguma coisa. Afinal, dizia-se que somente políticos evangélicos poderiam dar exemplo de seriedade e de cidadania ao país. Bem, os exemplos não foram sempre os melhores.»
Este livro foi editado em 1995, como fruto de uma conferência que ocorreu em 1991, há 19 anos!!! O frenesi da política evangelicalizada já estava a pleno vapor!
Qual é o grande problema do legalismo, uma vez que gera por leis bons comportamentos? «O alcoolismo provoca a queda do homem; o legalismo o ajuda a ter êxito no mundo», escreveu Piper. Ele continua: «Enquanto os alcoólatras não se sentem bem-vindos na igreja, os legalistas amam o louvor recebido da igreja por sua moralidade». A raiz do legalismo é o ego no centro das atenções.
Caio Fábio foi feliz quando escreveu que «líderes evangélicos ainda sofrem da atitude comum aos ‘novos ricos’: aquela volúpia (prazer) inescrupulosa, escandalosa e arrogante com relação ao uso de toda e qualquer forma de poder que nos vem às mãos». Os escândalos que vemos acontecer no seio da igreja serão muito maiores se o poder de «legalizar» a santidade nos chegar às mãos.
«A maioria dos homens públicos evangélicos ainda é muito infantil na sua concepção dos recursos disponíveis na execução do ato de governar. Pensa-se de maneira muito simplista na solução dos problemas da nação, percebendo-os apenas como uma questão de usar o poder político-econômico para benefício das causas evangélicas, e começar o dia com uma oração».
Esse é um alerta para todos nós.
Queridos irmãos. Fiquem tranquilos ao votarem. Não será a legalização da santidade que agradará a Deus e fará a nação brasileira mais santa. «...não precisamos de regras primárias para nos manter puros. Precisamos pregar, orar e crer...» Afirma o Pr John Piper. TER práticas santas sem SER santo não agrada a Deus, mas constitui o pecado do legalismo."