quinta-feira, 26 de março de 2015

Mãos erguidas

Porém as mãos de Moisés eram pesadas, por isso tomaram uma pedra, e a puseram debaixo dele, para assentar-se sobre ela; e Arão e Hur sustentaram as suas mãos, um de um lado e o outro do outro; assim ficaram as suas mãos firmes até que o sol se pôs. (Êxodo 17:12)
Manter as mãos erguidas é uma tarefa pesada para o líder. Ter de estar disposto a abençoar o tempo todo, a atender as demandas, a interceder pelos problemas. Pode ser fatigante. É preciso haver quem lhe sustente as mãos. Ao longo da minha vida, tenho encontrado pessoas que fazem este discreto e silencioso trabalho na minha vida. Meus pais estão entre eles. Sei que sustentam minhas mãos enquanto oram por mim. Pessoas a quem recorro em busca de conselho e amparo sustentam minhas mãos enquanto apontam minhas falhas ou ministram conselhos. Minha família sustenta minhas mãos enquanto aguenta minhas lamúrias e dores. Meus amigos e amigas sustentam minhas mãos em conversas leves à roda da mesa. E até quem nem parece que sustenta o faz: uma poesia que leio, uma música que escuto, uma frase inspiradora. As mãos de Moisés eram pesadas. Mas minhas também são. Reconhecer que não posso mantê-las erguidas sozinha é uma confissão libertadora. Hoje, não tenho de dar conta de tudo por mim mesma. Hoje, pedirei ajuda assim que precisar. O sol ainda não se pôs e preciso que minhas mãos estejam firmes. Amanhã talvez seja tempo de eu segurar as mãos de outra pessoa. Lado a lado estaremos, nos revezando nisso, até que o sol se ponha, a vitória necessária chegue e possamos dormir em paz.

Se perecer, pereci.

E foi esta a resposta de Mardoqueu para Ester: “Pensas tu que por estares no palácio escaparás, quando todos os outros judeus forem mortos? Se te mantiveres calada numa situação destas, de outra parte se levantará livramento para os judeus, mas tu e os teus parentes morrerão. E quem sabe se não foi para um tempo como este que Deus te trouxe a essa posição?” (Ester 4.14). 
Não acredito em salvadores da pátria. Não acredito em pessoas iminentes que surgem para apaziguar o caos. O livro de Juízes nos demonstra que libertadores atuam por um tempo e logo depois as pessoas revelam seu melhor e seu pior novamente. Parece que a bonança dura pouco. Mas creio na honestidade, na verdade e na justiça. Ando sofrendo por ver que isso de fato vem se tornando uma coisa cada vez mais de fé, porque os olhos andam vendo pouco. Mas quando Ester foi feita rainha e uma injustiça aconteceu ao seu povo, ela quis se esconder por trás de sua posição. Ela temeu por si mesma. O desafio de sair de sua zona de conforto pareceu-lhe tremendo. Mas seu mentor lembrou a ela seu papel e seu lugar na sociedade. Todos nós ocupamos um. O que fazemos dele é responsabilidade nossa. O mundo, Deus, a sociedade, seja lá quem for nos cobrará por estarmos ali e não agirmos da maneira correta. É difícil assumir posturas, condições, ter palavra nesses dias. Mas no fim, poderemos achar escape, mas sempre será temporário. Um dia, vamos ter de responder por nossas ações. Será hoje? Será amanhã? Não sei, mas sei que será. Por isso, por mais doído que seja, o que se espera de nós ainda é o mesmo: Entrarei na presença do rei e darei curso à queixa do povo. Se perecer, pereci.

Revelações

E lhes propôs: “Quem, porventura, traz uma candeia para colocá-la sob uma vasilha ou debaixo de uma cama? Ao invés, não a traz para ser depositada no candelabro? Pois nada há de oculto que não venha a ser revelado, e nada em segredo que não seja trazido à luz do dia. Se alguém tem ouvidos para ouvir, ouça!”
Marcos 4.22-24. 
Só Deus pode revelar as coisas exatamente como são. Mesmo assim, podemos ser conduzid@s por nossas próprias visões dos fatos, gerando assim contínua desarticulação, fragmentação e desunião. Oremos por mais discernimento, para que as evidências sirvam para mudar-nos à medida em que aprendemos com as experiências da vida. Saber usar os ouvidos, nesse tempo de tanta recusa ao ouvir ou uma audição parcial que só acolhe o que interessa, é um grande desafio. É um desafio espiritual, acrescenta o autor de Apocalipse ao afirmar que o que deve ser ouvido é aquilo que o Espírito está falando. E muitas vezes, na verdade, ele fala o que não queremos ouvir, o que nos incomoda, adverte ou constrange. Mas somente isso pode nos conduzir ao lugar da presença divina, como acontece com Isaías. Depois de aprender a ouvir, enfim, aprender a falar, sob o toque da brasa viva. Mas isso é outra história.

quinta-feira, 19 de março de 2015

Sobre a solidão

É que, às vezes, nesse caminho, a gente se sente muito só. Por isso, talvez, a maior parte do tempo precisemos de alguém como os amigos de Jó, num primeiro momento. Gente que sinta a nossa dor e que se sente e chore junto conosco. Quando começam a querer explicar demais, eles se perdem. Foram necessários enquanto mantiveram a empatia de chorar junto. Foram fundamentais enquanto puderam ter ouvidos atentos para escutar o lamento. Mas Jó também aprendeu. Eu também posso aprender. Posso lamentar demais as tragédias que me acometem, posso brigar bastante com Deus acerca disso. Mas se quiser compreender a natureza divina, ao final acabarei como no começo. Se não houver mais filhos pelos quais interceder e sacrificar, serei convocada a orar pelos amigos. Ao fim, nunca se trata de mim mesma, mas sempre e novamente do próximo. O intercessor é a pessoa que aprendeu a usar sua solidão como forma de alavancar seu afeto. A solidão não a aprisiona, mas a leva ao encontro atento a outras solidões.

sábado, 14 de março de 2015

Dizem que no começo dos tempos era um jardim.
Se os seres humanos plantassem mais flores
talvez fosse diferente.
Mas foram inventando outras coisas, como cimento, janelas e portas.
Gostam mais de flores de plástico.
Nem fazem mais ideia do que seja um jardim.
Jardim, coisa inútil.
Só serve para quem ainda está bem dos olhos.
Gente rara de se achar.

Fé é aquela corda da infância pendurada no galho fino da árvore.
Nem tem problema se a corda se romper durante o salto,
se a gente se arranhar ou quebrar o braço na queda,
ninguém nos roubará o fôlego retido do pulo,
o vento no rosto do salto,
o instante único em que a gravidade é vencida
e a gente se sente voar.
Fé é aquela corda... talvez a gente é que esqueceu
do que é ser criança e por isso
não somos mais capazes de nos pendurar nela.

sexta-feira, 13 de março de 2015

Brigando com Deus (Gênesis 32.22-31)

Então estou eu lá, no vau de Jaboque outra vez. Jaboque - efusão, vazão, vazante, fluidez. A palavra no hebraico, dizem, lembra a mesma de luta. Talvez venha daí o verbo em hebraico. É que numa luta há efusão de dores acumuladas, vazão de gritos e socos, fluidez de lágrimas e choro. Estou lá. Que nem Jacó, sozinha. As riquezas passam adiante, a família passa adiante, o trabalho passa adiante. E a gente ali, na solidão. De noite - espaço-tempo de medo, de abandono, de trevas.
Jacó é o líder da casa. É o herdeiro da bênção. É o "cara". Mas está sozinho. Essa é a pior hora, quando não precisamos fingir pra ninguém. Tudo vem à tona. Os enganos e engodos nos quais nos metemos para estar à altura de ser um ungido. As brigas em casa, silenciadas. As viagens longas fora de casa. Os retornos sem festa. As madrugadas vazias. A insônia. Tudo isso vem pra cima da gente como um furacão. Um tsunami. Bem assim, justo na hora da solidão e da noite.
Deus aparece. Tem jeito de gente, mas é anjo. E vem pronto para a briga. Ou a gente é que está pronto pra briga. Então a luta começa. Todo pastor ou pastora que porte o mínimo de honestidade sabe que essa luta acontece ao menos uma vez por semana, na hora de preparar o sermão, de subir ao púlpito, de pedir um milagre para um moribundo, de clamar por misericórdia diante da tragédia. A gente briga com Deus uma briga bem boa, daquelas de sair como o cara do Clube da Luta, para descobrir, ao fim, que também estamos lutando conosco mesmos.
Quem parou de brigar com Deus, se quer saber, não é porque encontrou a verdade. É porque desistiu. Porque comeu o prato de lentilhas. Porque se conformou com a bênção vendida. Quem tem caráter briga com Deus toda hora, porque quer entender a vontade Dele, porque não se conforma com uma fé pequena, porque quer ir mais longe, porque se sente numa prisão sistêmica, porque sabe-se um trapaceiro em busca da autenticidade. Meu Deus, é uma briga cinematográfica!
Ela dura a noite inteira e tem um propósito: "Não posso deixar que te vás sem que me abençoes!" Eu quero um selo de autenticidade no meu ministério e ele não pode vir de outros seres humanos; não pode ser resultado da minha vaidade, não pode fluir das minhas emoções. Tem que ser uma convicção profunda de que vem de Deus.
E então, o que acontece? Deus nos fere. No fundo, na alma. De verdade mesmo, pra deixar cicatriz. A gente sai mancando. Porque a bênção de Deus vem na ferida. Você se espanta? Mas é. Cristo levou isso ao extremo morrendo na cruz. A consumação só veio no último suspiro. E Ele nos disse que não seria diferente conosco. Que nos entregariam, torturariam, desprezariam. A gente se ilude achando que bênção é enriquecimento. Não é. Não há espaço para Deus nos lugares cheios de nossa existência.
De noite, na solidão, é que Ele vem. E briga conosco para nos mostrar quem é que manda. Porque a gente esquece. Fica bom no discurso e acha que pode abrir mão de Deus. Trapaceamos conosco mesmo por meio de estatísticas, relatórios, róis e cotas. Tudo isso é importante, mas não é aí que Deus está, nem por aí que Ele nos aprova. Seguimos lutando por uma bênção que nos diga que não precisamos temer a legitimidade do lugar que ocupamos. Se Ele nos abençoa, então ninguém poderá questionar nossa primogenitura. Mas ela não vai ser obtida na trapaça, senão na concessão divina. Aí poderá ser nossa, de verdade mesmo, ainda que tenhamos nascido em segundo ou último lugar. Jacó sabe disso. Se ele desiste, tudo se perde. Sozinho, ele tem que resistir à presença de Deus até que ela se consolide na vida dele de vez por todas. Se atravessar o Jaboque sem essa presença, nada feito.
Deus toca na coxa, algumas traduções dizem direita, outras, esquerda. De qualquer modo, você não será líder segundo a pretensão do seu coração ou da sua aparência, do que pode ostentar. Será líder mancando, para lembrar-se sempre de que quando é fraco, então é que é forte. Para ter certeza de que não será por força, nem por violência, mas pelo Espírito, diz o Senhor dos Exércitos. Para poder gloriar-se em Deus e não em si mesmo. Para consolar com o consolo recebido. Para não se esquecer de que Deus exalta os humildes, mas humilha os soberbos.
Sim, a autenticidade do chamado virá quando a dor alcançar minha coxa - o lugar da espada do guerreiro. Para eu saber que não posso desembainhar com desenvoltura a espada do Espírito; será sempre um exercício de dor e humildade.
E ainda quando eu pensar que conheço Deus, que posso chamá-lo pelo nome como se de todo o conhecesse, ele vai me dizer: Eu te dou a bênção, mas não vou dizer o meu nome, porque você nunca saberá a totalidade do que eu sou. Mas eu conheço você em tal totalidade que sou capaz de mudar o seu nome. E de trapaceira, talvez eu chegue a princesa. MAS só porque Deus é bom e pode mudar meu nome. Só porque Ele quer me abençoar ali, antes que o sol nasça e recomecem todos os cansativos trabalhos do dia. Quando anoitecer outra vez, talvez briguemos de novo.
Quando amanhecer, por causa da intimidade tresloucada dessas brigas, me levantarei para uma vida diferente, nova. Poderei ir ao encontro dos meus inimigos e lançar-me ao pescoço deles e chorar o milagre da conversão. Brigaremos, Deus e eu, pela verdade do meu chamado, noite após noite. Mesmo assim, por causa Dele, por sua promessa fiel, viverei o Peniel - que não é uma declaração de vitória, mas de alívio, de escape. Minha vida foi poupada, embora eu tenha visto Deus.
Alguém que vive um pastorado autêntico sabe que é alguém que teve uma visão da eternidade por um momento fugidio e agora segue mancando em direção ao seu alvo. Mancando, mas com a unção verdadeira de ser um humano que achou Deus. Ele não vai negar que manca, não vai disfarçar com vestes ungidas ou sapatos adaptados. Mancará como marca da humanidade tocada pelo divino. E esperará, com paciência e esperança no Senhor, que quando atravessar o vau encontrará outros mancos com ele pela estrada. E se regozijarão todos, porque, se assumirmos e mancarmos juntos, poderemos ir todos no passo das crianças "que estão sob meus cuidados"(Gênesis 33.13).

Que tipo de líder pastoral você gostaria que colocasse a mão sobre a sua cabeça?

Alguém me fez esta pergunta esses dias. Eu me pus a pensar sobre ela. E me lembrei de certo dia, na sala de aula da Faculdade de Teologia. O professor era o Paulo Garcia. Ele falava sobre o Novo Testamento, a formação dos pastores e líderes daquelas comunidades paulinas, quando um dos alunos interveio, falando que se fosse ele resolveria o problema de tal e tal maneira, expondo suas ênfases. O professor ouviu atentamente e respondeu: Eu escolhi ser pai das minhas filhas, então, agora que elas estão maiores, elas me têm como pai e têm a outras pessoas por pastores e pastoras. Acho que assim é melhor do que confundir os papéis. Mas como pai, eu escolho quem vai pastorear minhas filhas. E baseado na percepção que você está me dando sobre seu caráter agora, eu lhe digo: Você jamais seria pastor delas!
Foi um pouco chocante naquele momento e hoje, quinze anos depois, a lembrança do episódio ainda me marca. Da mesma forma, o professor Jung Mo Sung, que nos pôs em crise ao indagar: Se alguém provasse, sem sombra de dúvida, que Deus não existe, vocês continuariam a fazer o que fazem? Iriam ser pastores e pastoras? A maioria, desconcertada, não soube o que responder. E ele afirmou que devemos fazer as coisas porque achamos certo, porque isso nos mobiliza e jamais para almejar o céu ou fugir do inferno, razão de muita gente que diz ser temente a Deus.
E agora, essa pergunta que incomoda: Que tipo de líder sou eu quando coloco minha mão sobre a cabeça de alguém? Que tipo de líder eu gostaria que pusesse a mão sobre a minha cabeça?
Bem, eu gostaria primeiramente que fosse alguém que me amasse. Isso por princípio e não por aquilo que eu pudesse fazer. Alguém que, me vendo em pecado, me amasse o suficiente para arriscar sua posição por mim. Ainda que não soubesse se na próxima avaliação pastoral eu o "detonaria", esse ser pastoral fosse ousado o suficiente para me dizer: Você pecou, conserte a sua vida! E isso por me querer bem, não por causa do nome da igreja ou qualquer outra coisa. Por me almejar como discípula de Cristo.
Eu também gostaria que fosse alguém que assumisse sua fragilidade. Confesso que parece difícil confiar em alguém assim, mas eu tenho compartilhado algumas das minhas e, por incrível que pareça, as pessoas costumam confiar em quem se mostra falível com mais facilidade do que alguém com superpoderes. Na verdade, dá medo de gente assim. Acaba que não abrimos o coração porque tememos constantemente a reprovação. Mas a gente consola com a mesma consolação que recebemos de Deus, diz Paulo. E alguém assim consolado oraria por mim com mais poder, por ser mais humano.
Não sei... gostaria que fosse alguém que tivesse tempo para bater um papo. As orações mais profundas são aquelas que surgem da intimidade e da conversa. Eu sentiria que a pessoa estaria confidenciando a Deus em meu lugar como uma verdadeira intercessora. Sei que não dá pra fazer isso com todo mundo, a toda hora. Nem todas as pessoas querem isso também. Mas se eu quisesse e se eu procurasse essa pessoa para isso, gostaria de saber que ela seria capaz de prover um espaço em sua apertada agenda para mim. Seria um precioso tesouro.
Talvez alguém que soubesse ouvir e soubesse falar. Há momentos em que a gente precisa escutar a voz de Deus, não para saber o que fazer, às vezes nem pra tomar decisões, só para não se sentir tão só na caminhada. Sabe, é casa, trabalho, marido, filhas, estudos, atendimentos, textos, leituras... cansa. A gente fica com uma canseira de alma e não tem muito pra quem dizer. Ou ouvir, para ser relembrada do que me trouxe até aqui, das coisas que eu ouvi há muitos anos quando escolhi seguir a Cristo...
Talvez alguém que pudesse me inspirar, ser meu exemplo, não de perfeição do ato, talvez de perfeição da busca. Alguém que pudesse me falar sempre de algo novo que está aprendendo, de alguma coisa nova que ouviu, de uma lição recente de vida, que me mostrasse que ainda posso crescer e aprender. Alguém sobre quem não pesasse a dúvida sobre o caráter, os atos, o enriquecimento ilícito, a pompa judaizante, as cabeças de gado, a banheira de ouro, o jatinho particular. Alguém que me mostrasse que ainda é possível dizer: "posso todas as coisas naquele que me fortalece", no contexto paulino mesmo, da resiliência.
Queria alguém que pudesse colocar a mão na minha cabeça e orar: Senhor, nós que somos gente... Nós que erramos... Nós que precisamos de ti... te clamamos.
Cada vez que a pergunta me volta: "Que tipo de líder você gostaria que pusesse a mão sobre a sua cabeça"?, me vem a responsabilidade. Se eu quero essa pessoa para colocar as mãos sobre mim, então, quem as pessoas com quem convivo esperam que eu seja, para ser digna de colocar a mão sobre a cabeça delas e esperar por alguma intervenção divina em nossas histórias de fé e de vida?
O discipulado tem me ensinado que eu não posso dar o que eu não tenho. Antes de esperar tudo isso, confesso, resignada e humildemente, que ainda me falta alguma coisa de cada expectativa dessa, antes de colocar a mão sobre a cabeça de alguém. E então espero que alguém possa colocar a sua mão sobre a minha cabeça. Ou, antes disso, quem sabe, possamos andar algumas milhas de mãos dadas mesmo.

O povo do coração aquecido

“O justo viverá pela fé” (Romanos 1:17, Habacuque 2:4, Gálatas 3:11, Hebreus 10.38) Uma experiência de mais de um dia John Wesley era um jov...